O projeto de pesquisa surgiu a partir de uma ação afirmativa para estudantes negros(as) e indígenas dos cursos de graduação em Educação Física (EF) a participar de eventos científicos promovidos pelo Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE). O objetivo da pesquisa, que está em andamento, é analisar a fundamentação teórica de quinze proposições teórico-metodológicas – ou “abordagens” – da educação física escolar: psicomotricidade, humanista, progressista, desenvolvimentista, crítica, construtivista, fenomenológica, sistêmica, revolucionária, crítico-superadora, cultural (pluralidade cultural), crítico-emancipatória, estudos da saúde, parâmetros curriculares nacionais (PCN) e estudos cinesiológicos, no intuito de buscar um referencial sobre as relações étnico-raciais nas propostas de cada uma delas. Há um ponto de vista avançado sobre as perspectivas de convergência entre as proposições; porém, para avançar nas questões relacionadas à população negra é necessário recuar epistemologicamente. Esse recuo epistêmico leva em consideração as relações da EF com o campo científico e pedagógico e a necessidade de uma explicação lógica e complexa desse referencial étnico-racial na sistematização dos conteúdos temáticos, subsidiada pelas dinâmicas da cultura, do movimento, do corpo e do ambiente. Nesse sentido, o desafio de complexidade da pesquisa permeia algumas noções – como convergência, não linearidade e espiralidade – em que o pressuposto étnico-racial é fulcral.