O exercício da profissão docente em concepção emancipatória As estatísticas brasileiras expõem o fracasso escolar num quadro desafiador aos docentes, sobretudo os da escola pública. Os professores deparam-se cotidianamente com a defasagem idade x série provocada, muito constantemente pelas dificuldades no processo de alfabetização. Numa realidade bastante distinta da escola privada, o exercício da profissão docente nos anos iniciais na escola pública exige do profissional mais do que conhecimento teórico-metodológico, faz-se necessário um planejamento estruturado a curto e a médio prazo, empregando todos os esforços possíveis para que o processo ensino-aprendizagem obtenha êxito. O relato da experiência em questão deu-se numa escola pública no Rio de Janeiro situada em área conflagrada, no período de 2017 a 2019. Ancorada no Projeto Político Pedagógico, nas respectivas ações de inclusão neste previstas, e no pensamento freireano, a gestão da escola subsidiou o trabalho docente com alunos do 3º ano de escolaridade com defasagem de 2 anos ou mais. Alunos que foram acolhidos pelos professores regentes, que desenvolveram durante três anos um trabalho pedagógico permeado por encorajamento, estudo e acompanhamento individualizado. Estes alunos concluíram o 5º ano superando as dificuldades de aprendizagem com impacto positivo inclusive para os índices de desempenho da escola.