Em vários países do mundo, a crise causada pelo vírus da COVID19, iniciada em 2020, pegou a comunidade escolar de surpresa e colocou todos os professores à prova. Desde a primeira onda, mais de 1,6 bilhão de alunos e cerca de 60 milhões de professores foram diretamente afetados pelo fechamento abrupto das escolas (UNESCO, 2020). Por sua magnitude, esta situação é única na história moderna da educação desde o século XVII. Em vários países, os professores foram confrontados com o fechamento das escolas, seguido de um retorno gradual às salas de aula à geometria variável, dependendo da própria evolução da pandemia e das medidas sanitárias em cada país. Esse contexto de crise pandêmica perturbou brutalmente o trabalho dos professores. Eles tiveram que lidar com diferentes restrições como: ensino a distância, híbrido e/ou presencial. Eles tiveram que usar tecnologias digitais, às vezes sem dominá-las, para ensinar alunos que muitas vezes não as dominavam e que também não tinham acesso a computadores portáteis ou tabletes. Assim como eles tiveram que lidar com o sofrimento psicológico de seus alunos e às vezes até mesmo o seu próprio. Nesta mesa redonda, apresentamos um retrato dessa situação com base nos resultados de pesquisas realizadas no Brasil e em Quebec. O objetivo é lançar luz sobre os inúmeros desafios que os professores têm enfrentado; as estratégias colocadas em prática para respondê-las, em especial para garantir a continuidade pedagógica junto aos seus alunos, sua percepção do apoio recebido e a aprendizagem decorrente desse processo.