Apresentamos parte dos resultados de uma pesquisa na qual observou-se relações entre os aspectos multiculturais, a afetividade e o seu impacto na formação de docentes. Participaram desta pesquisa 14 estudantes do Ensino Médio Integrado ao Curso Técnico em Agropecuária do Instituto Federal do Sertão Pernambucano em Salgueiro. Esses estudantes eram representantes de diferentes povos: indígenas, quilombolas, sertanejos e urbanos. As entrevistas foram realizadas através da plataforma Google Meet em função da pandemia covid-19. Foi utilizada na pesquisa a Investigação Informativa da Tríade Intercultural de Abrams, Kidman e Yen (2013). Ao abordar o multiculturalismo nos apoiamos em Candau e Moreira (2008). Na abordagem da afetividade, consideramos os trabalhos de Wallon (1968). No tratamento dos dados, utilizamos a Análise Estatística Implicativa (A.S.I.). Nos resultados, observamos que os estudantes que eram oriundos de escolas especiais (escolas indígenas e quilombolas) tendem a valorizar a afetividade. Também constatamos que os estudantes que ressaltam valores afetivos tendem a usar conhecimentos relacionados à sua respectiva cultura. Os discentes que gostam de Física, Matemática e Química têm uma tendência a destacar valores afetivos em relação aos seus professores. Esses resultados nos apontam a alguns direcionamentos na formação docente no que se refere à valorização da interculturalidade e afetividade.