A formação de professores com a especificidade da Educação de Jovens e Adultos (EJA) parece ser uma agenda ainda não resolvida nos currículos de Pedagogia. Com apenas uma disciplina, na prática de sala de aula, os docentes passam a utilizar materiais didáticos que não tiveram acesso durante sua formação. Pergunta-se: em que medida os materiais didáticos utilizados pelos estudantes da Educação de Jovens e Adultos auxliliam na promoção de condições de construção de sujeitos autônomos? Essa pesquisa, de cunho qualitativo e documental, analisa os materiais propostos pela rede municipal de ensino público no site da Prefeitura Municipal de Bauru, com recorte temporal do período da quarentena decorrente da COVID-19 compreendido entre março de 2020 e março 2021. As primeiras análises dão conta de que, algumas categorias como ‘emancipação’ parecem perpassar os conteúdos sistematizados nesses materiais. Os resultados esperados apontam para princípios de uma educação libertadora e emancipatória (FREIRE, 1987) implementada por saberes e fazeres de um profissional reflexivo (TARDIF, 2002). Essa formação diferenciada poderá permitir que os materiais didáticos utilizados propiciem a vivência da condição freiriana de passagem da ‘consciência ingênua’ para ‘consciência de si’.