A formação de professores no ensino superior desempenha papel central em políticas educacionais voltadas para a melhoria da qualidade e equidade do exercício da docência em sala de aula. Neste estudo, analisamos em que medida a qualidade da formação dos professores no ensino superior está associada a diferentes pontos de entrada no mercado de trabalho formal e de que forma as origens socioeconômicas dos graduados condicionam essa transição. Para tanto, utilizamos os dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2011, que permitem identificar concluintes em 14 cursos de licenciatura, e os dados sobre inserção no mercado de trabalho provenientes da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2014. Os resultados mostram variações importantes na inserção profissional dos graduados de diferentes áreas: os formados em matemática têm probabilidades maiores de estarem empregados formalmente e de trabalharem como docentes, enquanto os egressos de linguagens alcançam os melhores salários médios. O domínio de habilidades específicas está associado a vantagens na inserção profissional dos graduados, seja na entrada no emprego, nos salários ou na probabilidade de estar empregado como docente de escola pública. Por outro lado, possuir elevada origem socioeconômica está sistematicamente associada a melhores resultados salariais e ocupacionais.